Quais as mudanças na alimentação são necessárias após a retirada da vesícula?
É comum os pacientes acharem que a retirada da vesícula biliar mudará de maneira muito significativa a sua rotina alimentar. Isso não é verdade. Como nós já sabemos, a retirada desse órgão é indicada na grande maioria das vezes quando ele contém cálculos e o procedimento, além de seguro, na imensa maioria das vezes, não muda em nada a qualidade de vida da pessoa.
Qual é o papel da vesícula biliar?
A vesícula biliar é um reservatório de bile. Ela é acionada quando o conteúdo alimentar chega na primeira porção de intestino que existe após o estômago: o duodeno. Nesse momento ela se contrai e expulsa a bile de seu interior. A bile em contato com o alimento é responsável pela digestão das gorduras. É justamente por isso que alimentos mais gordurosos desencadeiam mais crises em portadores de pedra na vesícula.
E quando retiramos a vesícula?
Sendo a vesícula retirada, o corpo perde transitoriamente essa capacidade ideal de digestão. Quando um alimento gorduroso passa pelo duodeno sem ter sido misturado adequadamente com a bile, ele pode causar distensão abdominal, gases e até diarreia. A maior parte dos pacientes não têm esses tipos de sintomas e, entre aqueles que têm, a maioria melhora. Quadros de diarreia crônica ou de deficiência de absorção de vitaminas após a retirada da vesícula são raríssimos.
Quais cuidados devemos tomar com a alimentação no pós-operatório?
Costumamos orientar os pacientes a ingerirem alimentos poucos gordurosos nos primeiros dias após a cirurgia mas, sem dúvida, a principal orientação no pós-operatório de retirada de vesícula é “tome cuidado para não engordar”. Como muitos pacientes têm sintomas de dor e má digestão que melhoram com a retirada da vesícula, eles passam a se sentir mais à vontade para comer (sobretudo alimentos mais calóricos) e por isso podem ganhar peso (o que é ruim para a saúde).
Em resumo...
A retirada da vesícula é uma cirurgia segura, efetiva no tratamento dos sintomas e complicações relacionadas aos cálculos, é realizada de maneira pouco invasiva (videolaparoscopia) e praticamente não modifica em nada a rotina alimentar do paciente.