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O que eu preciso saber sobre o câncer de intestino?

O que eu preciso saber sobre o câncer de intestino?

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O câncer do intestino grosso e do reto é o mais comum dentre os cânceres do aparelho digestivo. Ele ocorre geralmente em indivíduos acima de 50 anos e tem como principais fatores de risco a dieta (pobre em fibras, rica em carne vermelha e gordura) e antecedentes familiares. Seu tipo mais comum é o adenocarcinoma, um tumor que se origina na camada que reveste o intestino (mucosa).

 

Como é feito o diagnóstico do câncer de intestino?

Os sintomas relacionados ao câncer de intestino só ocorrem em estágios avançados da doença. Pessoas com tumores em estágios iniciais não apresentam sintomas. Os mais comuns são dor abdominal, anemia, alterações do hábito intestinal (seja constipação ou diarreia), sangramento nas fezes, emagrecimento e distensão do abdome. Nós não devemos esperar o aparecimento desses sintomas para fazer o diagnóstico dessa doença.

Na maior parte das vezes, o câncer de intestino “nasce” como um pólipo: uma elevação na mucosa intestinal que é benigna. Se nada for feito, ao longo de anos, esse pólipo vira um tumor maligno. Aí está a importância da colonoscopia de rastreio: se ela for feita na hora certa, é capaz de retirar esses pólipos e prevenir o aparecimento de tumores malignos, ou seja, em um mundo ideal, deveríamos ter poucos casos de câncer de intestino, já que seu aparecimento pode ser evitado com a colonoscopia preventiva. (Para maiores detalhes sobre o rastreio do câncer de intestino com colonoscopia consulte: 

https://www.drhenriquemateus.com.br/blog/8-blog/39-polipos-na-colonoscopia-e-cancer-de-intestino).

É necessária a dosagem do CEA para o diagnóstico do câncer de intestino?

Não! O CEA (antígeno carcinoembriogênico) é uma substância que pode ser produzida pelo câncer de intestino, mas não presta para o seu diagnóstico por alguns motivos:

  1. Nem todo tumor de intestino produz CEA.
  2. Outras doenças podem causar aumento do CEA (por exemplo, endometriose).

Então qual a utilidade deste exame?

A dosagem seriada do CEA é útil no acompanhamento de pacientes portadores de câncer de intestino: uma vez confirmado o tumor pela colonoscopia com biópsia, dosamos o CEA no sangue e, baseado nesse valor, acompanhamos se há queda ou aumento nos seus níveis. Se um paciente com câncer operado possui um CEA baixo, que de repente começa a subir, suspeitamos de recidiva da doença. Se um paciente com CEA alto faz quimioterapia e o exame de sangue melhora, definimos que a quimioterapia está sendo eficiente.

Qual a cirurgia para o tratamento do câncer de intestino?

Quando a doença está restrita ao intestino ou quando existe alguma complicação relacionada ao tumor (sangramento, perfuração ou obstrução intestinal), a melhor conduta é a sua retirada cirúrgica. O procedimento pode ser feito por via convencional, laparoscopia ou robótica (cada caso deve ser individualizado pelo médico; não existe uma técnica melhor, mas sim a mais adequada para aquele paciente). 

Geralmente, após a retirada de um segmento de intestino, a reconstrução do trânsito intestinal é possível e não é necessária a confecção de uma estomia (exteriorização do intestino pela parede do abdome onde as fezes ficam coletadas em um “saquinho”). Nos casos em que a estomia é necessária, ela pode ser definitiva ou provisória (pode ser fechada posteriormente).

Sempre é preciso fazer quimioterapia?

Não. Nos casos em que o tumor é precoce, de natureza pouco agressiva e não há sinais de complicação, a quimioterapia pode ser dispensada. Para dar essa resposta, é necessário que o intestino acometido seja retirado cirurgicamente e enviado para análise pelo patologista. Tendo em mãos o estadiamento da peça cirúrgica, a análise de outros órgãos que podem ser acometidos por metástases (como fígado e pulmão, por exemplo) e a condição clínica do paciente, o médico decide pela quimioterapia ou não.

Alguns casos com metástases, desde o diagnóstico inicial podem ser tratados primeiramente com quimioterapia. Felizmente, a quimioterapia no câncer de intestino é muito efetiva e, mesmo os pacientes com metástases desde o início, têm condições de tratamento.

E a radioterapia?

A radioterapia no câncer de intestino é usada basicamente para os casos de câncer no reto (segmento final do intestino grosso antes do ânus) e tem como objetivo diminuir o tumor para que uma cirurgia mais econômica possa ser feita.

Conclusão

Vale aqui o mesmo raciocínio que aplicamos em todas as doenças: a prevenção é o melhor tratamento. Procure seu médico, faça colonoscopia preventiva e, em caso de câncer de intestino, não se desespere: a medicina oferece tratamentos adequados para a maioria dos casos.