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E se eu tenho cálculos na vesícula e não  operar?

E se eu tenho cálculos na vesícula e não operar?

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A incidência de colelitíase (pedra na vesícula) é muito alta na população em geral, em especial em mulheres acima dos 40 anos e com sobrepeso. Muitas pessoas vêm ao cirurgião perguntar se realmente é preciso operar. 

Minha pedra na vesícula causa dor, preciso operar? 

Sim. Dor ou qualquer outro sintoma associado à vesícula (náuseas, má digestão) indicam a necessidade de cirurgia. Nesses casos, quem opta por não retirar a vesícula, além de permanecer com os sintomas que pioram a sua qualidade de vida, corre basicamente 2 riscos: 

1. Colecistite aguda 

É a inflamação da vesícula biliar geralmente causada por um cálculo maior que obstrui a saída de bile da vesícula. Essa inflamação demanda uma cirurgia de urgência já que, além da inflamação, pode ocorrer necrose e perfuração da vesícula. Nesses casos, a complexidade do tratamento é muito maior: mais dias de internação, necessidade de uso de antibióticos e maior chance de colocação de drenos abdominais. 

2. Pancreatite aguda 

É a inflamação do pâncreas causada por cálculos menores que acabam saindo da vesícula e prejudicando a drenagem do suco pancreático. É uma condição que na maioria das vezes é leve mas demanda internação hoapitalar para compensação clínica. Alguns casos podem necessitar de UTI, hemodiálise e terem desfecho desfavorável. 

Minha pedra na vesícula não causa dor, descobri ela em um exame de rotina, preciso operar? 

Nem sempre. Nesses casos, pacientes selecionados têm necessidade de cirurgia. Basicamente os diabéticos e aqueles com cálculos grandes. Nos outros casos, o acompanhamento clínico é possível sendo que, em muitas vezes, a retirada da vesícula também é a melhor saída. 

Conclusão 

A colelitíase é uma doença que pode ter complicações sérias. Procure um 

especialista para se informar sobre a necessidade de cirurgia e obter informações sobre o seu caso. 

O que são e qual a utilidade dos marcadores tumorais?

O que são e qual a utilidade dos marcadores tumorais?

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Muitos pacientes são encaminhados para consulta com cirurgião do aparelho digestivo pois realizaram exames de sangue que evidenciaram aumento nos níveis de algum marcador tumoral. Os mais comuns são CEA, CA-19.9, CA-125 e alfafeto proteína. Será que devemos valorizar o aumento nos níveis dessas substâncias? 

Para que servem os marcadores tumorais? 

Marcadores tumorais são substâncias que podem ser produzidas por alguns tumores mas não exclusivamente por eles e são utilizadas no acompanhamento de pacientes com câncer. Marcadores tumorais, de maneira geral, não fazem diagnóstisco de um câncer, nós só devemos solicitar sua dosagem em pacientes que já têm esse diagnóstico. 

Por exemplo, um paciente foi ao médico com a pele amarelada e um exame de tomografia mostrando um nódulo na cabeça do pâncreas: foi feito o diagnóstico de câncer de pâncreas. Nesse momento, é coerente solicitar a dosagem de CA 19.9 pois o diagnóstico do tumor já foi firmado. O conhecimento dos níveis dessa substância irá ajudar o médico a planejar o tratamento, a indicar quimioterapia, a suspeitar se há ou não recidiva da doença. 

Dessa maneira, não faz sentido solicitar dosagem de marcadores tumorais em pacientes assintomáticos visando diagnóstico precoce de câncer. Marcadores tumorais não fazem diagnóstico precoce de câncer. 

Os cânceres que dispomos de esquema de exames de rotina para diagnóstico precoce são: 

1. Câncer de intestino grosso: o exame é a colonoscopia. 

2. Câncer de próstata: o exame é o toque retal associado ao PSA. 

3. Câncer de mama: a mamografia tem papel no diagnóstico precoce. 

Quando devo solicitar a dosagem de marcadores tumorais? 

Os seguintes marcadores são usados no acompanhamento dos seguintes tumores: 1. CA-19.9: pâncreas e vias biliares. 

2. CA-125: ovário. 

3. CEA: intestino grosso 

4. Alfafeto proteína: câncer de fígado (esse pode ser usado no diagnóstico em pacientes com cirrose) 

Existem outras situações que não um câncer que podem alterar esses exames? 

Sim, e esse é mais um motivo para que não peçamos esses exames como triagem. A endometriose, por exemplo, pode alterar os níveis desses marcadores e não é uma doença maligna. 

Se eu fiz esses exames e eles vieram alterados, o que eu faço? 

Procure um especialista e converse com ele. Provavelmente a orientação adequada será suficiente para tranquilizá-lo e, caso haja a necessidade de rastrear um câncer, o exame adequado será pedido.

Além de cálculos, qual outra doença pode acometer a vesícula?

Além de cálculos, qual outra doença pode acometer a vesícula?

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Todos conhecem a vesícula biliar como um órgão que pode formar cálculos e necessitar ser retirado cirurgicamente. Mas não é incomum em ultrassonografias de rotina aparecerem outras doenças na vesícula biliar. Vamos falar sobre cada uma delas.

Pólipos

Pólipos são formações que podem aparecer na mucosa da vesícula biliar (camada que reveste o órgão por dentro). Eles aparecem na ultrassonografia e podem ser confundidos com cálculos pois formam uma imagem muito parecida. Devem ser operados quando causam sintomas (dor abdominal do lado direito) ou quando apresentam características preocupantes (que podem colocar em dúvida a presença de um tumor). Naqueles pacientes que optamos por não operar, é obrigatório o seguimento com exames periódicos, por isso, em pacientes jovens, por vezes a melhor solução é a retirada da vesícula.

Adenomiose (ou adenomiomatose)

A adenomiose da vesícula biliar é a proliferação da mucosa (camada de revestimento do órgão) de causa desconhecida causando um espessamento em sua parede. Geralmente é detectado em ultrassonografias de rotina em pacientes assintomáticos. Nos casos em que o paciente não apresenta sintomas e o diagnóstico de câncer de vesícula é descartado, não há necessidade de cirurgia. Pode estar associada à ocorrência de cálculos.

Colesterolose

 

Condição benigna em que há acúmulo de colesterol na parede da vesícula biliar. Pode estar associada à formação de cálculos biliares. Pacientes assintomáticos não necessitam ser operados.

Vesícula em porcelana

É a calcificação da parede da vesícula que faz com que ela pareça ser de porcelana. Geralmente está associada à presença de cálculos e crises de inflamação na vesícula. É de tratamento cirúrgico uma vez que existe um risco aumentado de desenvolver câncer de vesícula.

Câncer de vesícula

É o quinto câncer mais frequente no tubo digestório. Ocorre predominantemente em mulheres acima de 50 anos. É uma doença silenciosa em sua fase inicial, quando os sintomas aparecem geralmente não há mais a possibilidade de tratamento curativo. Pode se manifestar com dor do lado direito, pele amarelada, perda de peso e acúmulo de líquido no abdome. Seu tratamento depende do grau de invasão e disseminação do tumor e pode ir desde a retirada somente da vesícula até a ressecção de uma parte do fígado e da via biliar (sistemas de ductos que drena a bile do fígado). Não existe nenhum exame de rastreio para diagnóstico precoce desse tumor.

 

O que fazer nesses casos?

 

Como você viu, as doenças da vesícula biliar são em sua maioria benignas mas a recomendação é que o paciente procure um especialista pra que seu caso seja individualizado e o melhor tratamento seja adotado, seja ele a cirurgia ou a observação.